Patologias

Doenças do foro Neurológico

Há uma série de doenças que envolvem a espinal medula, que produzem fraqueza, paralisia e falta de coordenação e, consequentemente, são facilmente confundidas umas com as outras. Estas doenças incluem entre outras, a Doença de disco intervertebral (DDIV), Mielopatia Degenerativa (MD), Doença de Wobblers, Estenose lombo-sacra, tumores da espinal-medula e Infarto fibrocartilagíneo. Num exame físico inicial, todas estas doenças têm um número de sintomas em comum. Os testes de diagnóstico que ajudam a definir melhor o problema incluem entre outros, radiografias, mielogramas e ressonância magnética.

Todas estas doenças podem causar fraqueza nos membros posteriores, descoordenação e anomalias na marcha. Todas podem causar uma falha na comunicação entre o cérebro e os membros posteriores de tal forma que este nem sempre sabe e controla o que as patas traseiras estão fazendo. Esta quebra de comunicação e envio de informações do cérebro pode provocar descoordenação dos movimentos e quedas sucessivas por colapso dos posteriores, começando o cão a ter uma dificuldade acrescida em subir escadas por exemplo e a perder gradualmente o controle da bexiga.

Destas doenças, poderemos esperar a existência de dor em apenas 3: Doença do disco intervertebral, Wobblers e Estenose lombo-sacra. Das seis doenças supra mencionadas, a Doença do disco intervertebral, Wobblers e o Infarto fibrocartilagíneo têm geralmente um desenvolvimento súbito e rápido. A Doença do disco intervertebral em cães é um problema comum a todos, especialmente em raças com costas longas e pernas curtas e grossas, designadas por condrodistróficas. Incluídos neste segmento estão entre outras as raças Dachshunds, Bassets, Beagles, Corgis, Lhasa Apsos, Shih Tzus, Cockers Americanos, e o Bulldog Francês. Nestas raças os problemas podem ocorrer logo durante os primeiros 2 anos de idade. A (DDIV) também pode ocorrer em raças não condrodistróficas mas normalmente entre os 6 e os 10 anos de idade.

Os sintomas observados mais comuns são a dor, fraqueza, perda de coordenação, e paralisia, podendo a doença também afectar o controlo da bexiga.

 

Numa fase inicial da doença o cão pode ter apenas dor e mostrar, uma atitude desconfortável e ansiosa com diminuição progressiva de actividade. Com o avanço da doença, a dor geralmente torna-se muito mais aguda, podendo inclusivamente o animal queixar-se quando efectua determinados movimentos. A fase seguinte é frequentemente o acréscimo de fraqueza nos membros posteriores seguida de eventual paralisia. Neste ponto, a dor poderá ou não desaparecer. Esta progressão dá-se geralmente num período variável entre alguns dias podendo no entanto estender-se a algumas semanas. Se a protusão do disco ocorrer no pescoço do cão, a dor é por vezes extremamente severa. Apenas acariciar a cabeça do animal pode ser suficiente para lhe causar uma dor extrema.

O cão vai manter a cabeça e o pescoço numa postura rígida rodando todo o seu corpo em vez de dobrar o pescoço. Se a lesão estiver localizada na zona cervical (pescoço) poderá causar problemas neurológicos, tanto nos membros anteriores como nos posteriores, se esta se localizar em níveis inferiores só afectará funcionalmente e em princípio os membros posteriores. É difícil distinguir a doença do disco cervical de uma doença vulgarmente conhecida como Wobblers. É como o nome indica, o resultado de um conjunto instável no pescoço produzindo pressão sobre a espinal medula. Wobblers é geralmente uma doença de cães de grande porte e de crescimento rápido. A raça Grand Danois geralmente desenvolve a doença prematuramente ainda enquanto cachorros, sendo que no caso dos Dobermanns o problema ocorre com mais frequência em adultos.

 

A patologia apresentada, é a de um animal com severa dor no pescoço e anomalias na marcha em ambos os conjuntos, anteriores e posteriores. Para distinguir esta doença de uma hérnia discal ou de um tumor na medula será eventualmente necessário efectuar um mielograma ou a uma ressonância magnética. Claro que também será possível para os sintomas acima descritos, que a patologia apresentada possa ser causada por um coágulo de sangue na coluna vertebral, situação que também ocorre com relativa frequência. Finalmente, se a raça do animal se enquadrar nas acima designadas, propensas à doença de disco e não havendo uma situação súbita de trauma, então há cerca de 95% de possibilidade, de que uma rotura de disco possa ter ocorrido. Outra doença que pode ser facilmente confundida com a Doença do disco intervertebral (DDIV), é a Mielopatia Degenerativa (MD).

Mielopatia Degenerativa é uma doença lenta e progressiva passível de ocorrer em cães mais velhos, mais comummente o Pastor Alemão. Na fase inicial da doença os cuidadores do cão, facilmente a confundem com artrite. A (MD) é uma doença inflamatória auto-imune, que insidiosamente se desenvolve lentamente com o passar do tempo. É o resultado da degeneração do revestimento de mielina que envolve os nervos e que age como um isolante. O primeiro sinal desta doença é o arrastar do lado de cima das unhas dos membros posteriores para trás. Esta situação é facilmente detectada, tanto pelo som da marcha ou verificando um desgaste anormal na parte de cima das unhas. Com a evolução da doença, os membros posteriores vão-se tornando cada vez mais fracos começando a evidenciar uma crescente falta de coordenação.

As patas traseiras podem cruzar entre si, originando descoordenação e tropeços. Se pegarmos a pata do cão assente no chão e a virarmos por exemplo para trás, numa posição considerada não adequada, o cão terá extrema dificuldade em retomar a sua posição correcta demorando por vezes muito tempo a fazê-lo. Isto ocorre porque há uma perda de “propriocepção consciente” o que significa que o cérebro não consegue reconhecer a posição das pernas para trás. Se um cão tem Mielopatia Degenerativa, bastará muitas vezes um pequeno toque lateral na sua extremidade traseira, para este cair ou ter grande dificuldade em manter o seu equilíbrio.

Nos estágios posteriores da doença, os membros posteriores tornar-se-ão tão fracos e descoordenados que o cão será pura e simplesmente incapaz de se levantar, ou mesmo que o consiga, cairá após apenas alguns passos. A única coisa boa (ou menos má) sobre esta doença, é que nunca há dor envolvida.

 

É importante despistar uma possível doença do disco antes de aceitar a Mielopatia crónica e degenerativa como destino do seu animal, havendo para tal a necessidade de efectuar uma ressonância magnética ou um mielograma, para ter uma certeza definitiva. A Estenose lombo-sacra, é também conhecida por uma série de nomes tais como instabilidade lombo-sacra, malformação lombo-sacra, spondylolithesis e síndrome da cauda equina.

Todas estas designações descrevem artrite envolvendo a última vértebra lombar e o sacro, que é uma parte da pélvis. Esta doença geralmente envolve discos também. Juntos, os dois problemas provocam um estreitamento progressivo do canal vertebral que por sua vez, irá exercer uma pressão sobre os nervos da espinal medula, causando dor e disfunção em ambos os membros posteriores e na cauda. Os cães passam a ter dificuldade nos movimentos que impliquem subidas, tornando-se inclusivamente a defecação e micção difíceis e dolorosas. Podem numa situação extrema ficar incontinentes e são frequentemente vistos a morder a sua extremidade traseira. O tratamento convencional para as várias patologias acima descritas envolve medicação com corticosteróides, relaxantes musculares, descanso forçado em jaula para uma eventual restrição de movimentos e descompressão cirúrgica. Se existir indicação cirúrgica, deverá mandatóriamente ser conforme o caso, efectuado um mielograma ou uma ressonância magnética, de modo a identificar o ponto da localização exacta da lesão e confirmar o diagnóstico físico.

Cirurgia de fenestração de disco ou uma hemi-laminectomia vertebral são as técnicas cirúrgicas realizadas, tendo como principal objectivo reduzir a pressão sobre a espinal medula. Ter em atenção que qualquer uma destas cirurgias e os respectivos testes de diagnóstico poderão ter custos norma geral (dada a complexidade envolvida), extremamente elevados. Se esta for a situação específica do seu cão, é importante que saiba, que apesar das altas taxas de sucesso e de toda a perícia cirúrgica envolvida, nem sempre estas cirurgias são bem sucedidas no restabelecimento das funções neurológicas perdidas, acontecendo por vezes e em certos casos, por motivos inopinados, saírem os animais da cirurgia em pior forma do que quando entraram. Deverá também estar ciente de que estas cirurgias, especialmente as que envolvem o pescoço requerem sempre, longos períodos de recuperação.

 

Os cuidadores que nestas circunstâncias estejam hesitantes em fazer passar os seus animais, principalmente os de idades mais avançadas, por anestesias, processos cirúrgicos complexos, por longos períodos de recuperação ou que não possam pagar o custo da alta tecnologia de diagnóstico e inerente cirurgia, poderão querer considerar modalidades alternativas holísticas. As terapias holísticas incluem acupunctura, terapia com laser frio, terapia de ondas infrasónicas, Terapia de campo magnético pulsado, quiropraxia (técnica suave de manipulação das articulações), terapia nutricional, proloterapia (injecção com acelerador regenerativo), terapia de esteróides bio-idênticos, a terapia antioxidante, Terapia de mega-vitaminas, terapia enzimática sistémica, (conhecida também por terapia de Wobenzym), entre outras.

Por favor, entenda que não há garantias de sucesso de qualquer uma ou da combinação de qualquer das terapias alternativas atrás mencionadas. Cada caso é único, apesar de terem sido reportados bastantes casos, com excelentes resultados através da utilização destes métodos alternativos.